terça-feira, 19 de abril de 2011

Doutor Bezerra de Menezes


Corria o ano de 1950. Todos nós, espíritas, recordávamos a passagem do cinqüentenário do desencarne do Dr. Adolfo Bezerra de Menezes, ocorrido em 11 de Abril de 1900.
Em Salvador, lá em sua residência, na Mansão do Caminho, Divaldo Pereira Franco, envolvido pelas lembranças, sentia-se emocionado, inclusive por ser um dos médiuns mais utilizados pelo amoroso mensageiro em suas generosas tarefas de amparo e orientação aos que, como todos nós, encontram-se ainda na retaguarda da evolução.
Eram duas horas da madrugada quando Divaldo interrompeu suas atividades. Sentia algo que não podia precisar. Viu-se então, desdobrado, com plena consciência, ser levado a um grande edifício, com enormes colunas estilo greco-romano. Adentrando-se pelo imenso salão, sem entender bem o que ocorria, percebeu logo depois que se tratava de uma reunião em homenagem ao Dr. Adolfo Bezerra de Menezes.
Calculou que 5.000 pessoas no mínimo lotavam o anfiteatro. Havia também muitos encarnados em desdobramentos, como ele. Viu quando Dr. Bezerra entrou cercado de amigos. Dando início à homenagem, Leon Denis falou em nome dos espíritas da Europa e de outros continentes. Após, Manuel Vianna de Carvalho assumiu a tribuna, em nome dos espíritas do Brasil. A seguir, falou Eurípedes Barsanulfo, em nome dos que estudam o Evangelho.
Uma luz magnífica surgiu das alturas. Corporificou-se Celina, mensageira de Maria Santíssima, conhecida pelas amoráveis comunicações que transmitia através do médium Frederico Junior. Celina falou: “Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcante pelos seus serviços foi-te concedido que poderás encarnar em qualquer sistema de alguma galáxia próxima a Terra”.
Dr. Bezerra, sem poder conter, naturalmente, a emoção, também falou: “Eu não mereço... Se algum crédito tenho, suplico à Maria Santíssima continuar nas terras verde amarelas do Brasil. Desejaria ali ficar enquanto houver uma pessoa chorando, um gemido dos meus irmãos brasileiros...”
O celeste ser ouviu a petição e esvaneceu-se. Passaram-se poucos segundos. Um melodioso coro entoava divino cântico e uma alvinitente mão escreveu no ar:
Teu pedido foi deferido. Ficarás mais 50 anos nas terras do Brasil.
Divaldo Pereira Franco despertou alegre e encantado. E contou tudo isto quando em 1991, proferiu uma de suas magníficas palestras no auditório do Colégio Arte e Instrução, no bairro Cascadura no Rio de Janeiro.
Nunca mais, disse Divaldo, apagou-se de minha memória a figura sublime do Dr. Bezerra de Menezes, enquanto sob forte emoção aguardava a resposta de sua paternal súplica. Pelo menos até o ano de 2.000....

Fonte: Revista Espírita – Allan Kardec e Alavanca

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